O mapa-múndi antes da expansão marítima europeia.
Usualmente, para compreendermos o advento das grandes navegações, fazemos uma
associação entre o reavivamento comercial da Baixa Idade Média, a formação dos
Estados Nacionais e a ascensão da burguesia para compreendermos tal experiência
histórica. A primeira nação a reunir esse conjunto de características
específicas foi Portugal, logo depois da Revolução de Avis.
Com essa revolução, ocorrida em 1385, Portugal promoveu uma associação entre
sua nascente burguesia mercantil e o novo Estado Nacional ali consolidado.
Desde o reino de Dom João I, Portugal sofreu uma uniformização tributária
e monetária capaz de ampliar os negócios da burguesia e fortalecer
economicamente a Coroa. Nessa época, as especiarias orientais eram de grande
valia e procura no mercado Europeu. Desde o século XII, a entrada dos produtos
orientais se dava pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e
árabes.
Visando superar a dependência para com esse dois atravessadores, Portugal
promoveu esforços para criar uma rota que ligasse diretamente os comerciantes
portugueses aos povos do Oriente. Dom Henrique (1394 – 1460), príncipe
português, reuniu na cidade de Sagres vários navegantes, cartógrafos,
marinheiros e cosmógrafos dispostos a desenvolver conhecimentos no campo
marítimo. Objetivando contornar o continente africano, o século XV assistiu ao
desenvolvimento da expansão marítima de Portugal. No ano de 1435, um grupo de
2500 desembarcou nas Ilhas Canárias dando início à formação das primeiras
colônias portuguesas.